PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
A Psicomotricidade Relacional, criada há mais de 40 anos pelo professor André Lapierre e sua filha Anne Lapierre, destaca-se como uma ferramenta eficaz no processo de desenvolvimento psicomotor, afetivo, cognitivo, social e relacional do ser humano.
A Psicomotricidade Relacional difere-se da Psicomotricidade funcional na medida em que atribui importância às questões afetivas e emocionais, por meio da relação.
A Psicomotricidade Relacional trabalha com as potencialidades, com os aspectos positivos, sem ater-se às dificuldades apresentadas pelos alunos. Desta forma, a Psicomotricidade Relacional considera antes de tudo, o que a criança sabe fazer. Lapierre e Aucouturier ensinam: (1988, p19.) “Queremos trabalhar com o que há de positivo na criança; nós nos interessamos por aquilo que ela sabe fazer, e não pelo que ela não sabe fazer”. Além disso, a Psicomotricidade Relacional valoriza a linguagem corporal em detrimento da verbal. Enfoca o corpo como principal veículo de comunicação, uma vez que o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. O corpo é concebido como um lugar de identidade. É um lugar onde se vive, sente e percebe.
Nas sessões, através dos materiais clássicos (bolas, arcos, cordas, bastões, caixas e jornal), o Psicomotricista Relacional cria um vínculo afetivo com os pequenos, estimulando a livre expressão de sentimentos, através do jogo simbólico. Desta forma, o adulto participa do faz-de-conta construído pela criança e valida a sua iniciativa. Com isso, fortalece a auto-estima e promove a integração do grupo. Ao favorecer esta expressão simbólica, auxilia a criança a descarregar tensões e elaborar conflitos internos. Também fortalece a criança para enfrentar situações reais.
As vivências acontecem uma vez por semana. Durante estes momentos, a ludicidade é estimulada e o Psicomotricista Relacional observa os comportamentos espontâneos das crianças. Sua intervenção se dá a partir destas observações.
O âmbito escolar é exclusivamente preventivo e profilático e a Psicomotricidade Relacional aborda questões somente relacionadas ao contexto do grupo escolar.
A Psicomotricidade Relacional, na escola, é fundamental para a formação integral da criança, pois ela se converte num contexto fértil para trocas afetivas que sedimentam o desenvolvimento da personalidade e facilitam a inserção social.
Na escola, a Psicomotricidade Relacional coloca a criança em situação de experimentar afetivamente o espaço, os objetos e a relação com os outros, o que favorece a construção saudável da imagem corporal, que se dá na infância, tempo que a criança divide com a escola e a casa.
Neste espaço, a Psicomotricidade Relacional tem como objetivos:
· Despertar para o desejo de aprender, contribuindo para o desenvolvimento dos processos de aprendizagem;
· Contribuir para a qualidade de vida emocional, afetiva e social;
· Promover a autonomia da criança;
· Facilitar a aceitação de limites e frustrações;
· Estimular a criação de vínculos afetivos entre as crianças;
· Prevenir dificuldades de expressão motora, verbal e gráfica;
· Desenvolver as potencialidades individuais e do grupo;
· Estimular a percepção corporal;
· Promover a afirmação do eu;
· Descobrir o corpo, através dos movimentos, como unidade de prazer;
· Estimular o ajuste positivo da agressividade.
O trabalho com a Psicomotricidade Relacional na escola busca evitar e/ou resolver conflitos infantis normais que barram o processo de aprendizagem com prazer e criatividade.
Postado às 12:11