A idéia de abrir uma escola data de 1989, quando uma de suas proprietárias e, também Diretora Pedagógica Eliana Nogueira Abaurre, começou a trabalhar nas escolas do Rio de Janeiro, como professora de Artes. Percebendo que, mesmo aquelas escolas que solicitavam o seu trabalho, despendiam um horário restrito para o mesmo, e que as atividades artísticas não permeavam as outras disciplinas, sonhou em abrir uma escola com uma "mentalidade" diferente, na qual ao desenvolvimento da criatividade fosse dado o devido valor.
No decorrer da sua caminhada reflexiva, entre escolas de São Paulo, Curitiba e França, percebeu, numa visão holística, que assim como a Arte, à tudo que a criança aprende e ao profissional que vai trabalhar com ela, deve ser dada a mesma importância.
Em 2004, ao comentar do seu desejo em abrir a tão sonhada Escola, para a qual passou sua vida profissional se especializando, comprando livros e materiais pedagógicos, (sobretudo nos três últimos anos em que morou na França), com a Administradora de Empresas Eloína Guérios que almejava abrir um negócio, viabilizou-se o projeto.
A "Escola da Colina", como é o seu nome "fantasia", situa-se numa colina, originando a escolha do nome.
Contemplar, valorizar e perpetuar a natureza é um princípio da Instituição, daí, mais uma vez, a coerência na escolha do nome.
Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca. Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos...Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos (às vezes sem escolha...) que nossos filhos nos faltem com o respeito.Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que poucos os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "dar tudo" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.
Texto gentilmente cedido pela Psicologa Dionéia, mãe da nossa aluna Camille. Dionéia R. Hofmeister 041 9192 1006