Cada vez mais cedo, nos
dias de hoje, os cuidados a criança estão sendo confiados a escola. No entanto,
para algumas mães, não é uma decisão fácil de colocar em prática. Os primeiros
dias, que por vezes se alastram por semanas, são os mais difíceis e causam
sofrimento. Ansiedade, angústia, medo e culpa. É momento de mais uma separação. A
do cordão umbilical já foi. Será?
Neste momento muitas questões aparecem: "Será que vai chorar? Será que vai
comer direito? Devo parar de trabalhar?
Nos casos em que a criança chora e encontra dificuldades na adaptação, o
sentimento de culpa se intensifica. Já nos casos em que a criança fica bem,
integra-se com facilidade, algumas mães demonstram "aparente"
alegria, mas lá no fundo sentem-se "frustradas" e, por vezes
verbalizam um pouco surpresas: "Ele não me chamou? Não pediu por mim? Não
chorou?" Sim, somos seres contraditórios! Ao mesmo tempo em que há alegria
pelo filho ter ficado bem, a mãe sofre por ele não ter demonstrado que sentiu
sua falta. O choro, o não comer diz algo para mãe. Diz da sua falta. Assim, na
maioria das vezes, a adaptação é mais difícil para a mãe do que para a criança.
Para que a adaptação seja a mais tranquila possível é preciso que a mãe esteja
segura, serena e sinta confiança no local que escolhera junto com o pai da
criança. Pois, percebendo segurança por parte dos pais, a criança se adapta com
mais facilidade.
Apesar da singularidade de cada caso, será que parar de trabalhar é a solução?
Por um lado, tem mais tempo para dedicar-se a criança. Por outro, poderá
futuramente sentir-se frustrada e infeliz profissionalmente. Além do que, o que
conta é como o tempo é usado. Pois, de nada adianta ficar o dia inteiro com o
filho estando envolvida com outras tarefas, o tempo todo. Uma presença ausente.
Não há momentos compartilhados. O que realmente importa é a qualidade do tempo
vivenciado juntos. Não a quantidade. Mesmo que trabalhe o dia inteiro ter um
tempo com qualidade todos os dias. Tempo com qualidade, é estar presente por
"inteira" no que estiver fazendo com seu filho. Isso faz a diferença.
Aos poucos cada mãe, a seu modo, vai aprendendo a lidar com a situação e,
administrar seus sentimentos. Encontrando formas de não se distanciar do filho,
sem deixar a vida profissional e o lado mulher esquecidos. Pois, se para ir
trabalhar sente-se culpada, imagine sair para se divertir. Torna-se
impossível deixar o filho e sair com o namorado, amigas ou marido.
As separações são importantes, tanto para a criança quanto para a mãe. A criança
vai aprendendo a elaborar estas situações de forma gradativa e crescendo com
elas. Enquanto a mãe vai podendo retomar sua vida profissional e, seu lado
mulher. Afinal de contas, antes de tudo a mãe também é uma
MULHER.