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domingo, 1 de julho de 2012
TRABALHO E ME SINTO CULPADA.













Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Ausência - 
Carlos Drummond de Andrade)


Cada vez mais cedo, nos dias de hoje, os cuidados a criança estão sendo confiados a escola. No entanto, para algumas mães, não é uma decisão fácil de colocar em prática. Os primeiros dias, que por vezes se alastram por semanas, são os mais difíceis e causam sofrimento. Ansiedade, angústia, medo e culpa. É momento de mais uma separação. A do cordão umbilical já foi. Será?
Neste momento muitas questões aparecem: "Será que vai chorar? Será que vai comer direito? Devo parar de trabalhar?

Nos casos em que a criança chora e encontra dificuldades na adaptação, o sentimento de culpa se intensifica. Já nos casos em que a criança fica bem,  integra-se com facilidade, algumas mães demonstram "aparente" alegria, mas lá no fundo sentem-se "frustradas" e, por vezes verbalizam um pouco surpresas: "Ele não me chamou? Não pediu por mim? Não chorou?" Sim, somos seres contraditórios! Ao mesmo tempo em que há alegria pelo filho ter ficado bem, a mãe sofre por ele não ter demonstrado que sentiu sua falta. O choro, o não comer diz algo para mãe. Diz da sua falta. Assim, na maioria das vezes, a adaptação é mais difícil para a mãe do que para a criança.

Para que a adaptação seja a mais tranquila possível é preciso que a mãe esteja segura, serena e sinta confiança no local que escolhera junto com o pai da criança. Pois, percebendo segurança por parte dos pais, a criança se adapta com mais facilidade.

Apesar da singularidade de cada caso, será que parar de trabalhar é a solução? Por um lado, tem mais tempo para dedicar-se a criança. Por outro, poderá futuramente sentir-se frustrada e infeliz profissionalmente. Além do que, o que conta é como o tempo é usado. Pois, de nada adianta ficar o dia inteiro com o filho estando envolvida com outras tarefas, o tempo todo. Uma presença ausente. Não há momentos compartilhados. O que realmente importa é a qualidade do tempo vivenciado juntos. Não a quantidade. Mesmo que trabalhe o dia inteiro ter um tempo com qualidade todos os dias. Tempo com qualidade, é estar presente por "inteira" no que estiver fazendo com seu filho. Isso faz a diferença.

Aos poucos cada mãe, a seu modo, vai aprendendo a lidar com a situação e, administrar seus sentimentos. Encontrando formas de não se distanciar do filho, sem deixar a vida profissional e o lado mulher esquecidos. Pois, se para ir trabalhar sente-se culpada, imagine sair para se divertir.  Torna-se impossível deixar o filho e sair com o namorado, amigas ou marido.

As separações são importantes, tanto para a criança quanto para a mãe. A criança vai aprendendo a elaborar estas situações de forma gradativa e crescendo com elas. Enquanto a mãe vai podendo retomar sua vida profissional e, seu lado mulher. Afinal de contas, antes de tudo a mãe também é uma MULHER.





Eliane da Luz

                                                                             Psicóloga Clínica

                                                                               CRP: 08/13190






Postado às 18:08